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DEFINIÇÃO

É uma afecção crônica, dolorosa das articulações que ocorre por acometimento da cartilagem (desgaste), ocasionada por um desequilíbrio entre a gênese e a destruição dos seus principais componentes, associada a algumas condições como: sobrecarga mecânica, alterações bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores genéticos. Osteoartrite (AO) possui alguns sinônimos como artrose, osteoartrose e doença articular degenerativa, porém o nome mais usado é osteoartrite. Esta leva a uma incapacidade funcional progressiva, não podendo classificá-la como processo natural do envelhecimento, apesar de ser mais prevalente conforme avança a idade do indivíduo dentre outros fatores.


EPIDEMIOLOGIA

A OA é considerada a doença mais comum do aparelho locomotor e a maior causa de incapacidade. Apesar de não ser uma enfermidade própria do envelhecimento, possui aumento da prevalência conforme este processo, sendo considerada a doença reumática de maior prevalência nos indivíduos com mais de 65 anos de idade.

Estima-se que um terço dos indivíduos adultos com idade entre 25 e 74 anos apresentem evidências radiográficas de OA em pelo menos uma articulação. Dentre as patologias articulares que acometem os idosos, a OA é a mais frequente.


ETIOLOGIA (CAUSA)

É sugerido que o envolvimento é multifatorial, podendo ocorrer por influências genéticas, distúrbios metabólicos (obesidade), hormonais, idade avançada, raça e pela participação de substâncias inflamatórias. Pode ser também resultante da combinação destes vários fatores de risco. No processo de OA de mãos em mulheres, hormônios sexuais podem, concomitantemente, estarem envolvidos, sendo o estrógeno o de maior relação, havendo uma incidência, de AO, maior no período perimenopausa (período em que próximo que antecede a menopausa e logo após.)

É sabido que a obesidade está diretamente associada ao surgimento da AO de joelhos e também há evidencias de associação com AO de quadril, porém menos frequente do que a de joelho. Isso se deve ao excesso de carga sobre as articulações citadas.

A idade está ligada ao desenvolvimento e a gravidade da AO, principalmente em mulheres com o avançar da idade.


DIAGNÓSTICO

O padrão característico da OA é o de acometimento do esqueleto axial (tronco) e/ou apendicular (membros inferiores e superiores), em que um ou alguns dos grupos articulares são afetados como, interfalangeanas distais e proximais aparecendo nódulos nessas regiões dos dedos das mãos; articulações das mãos, principalmente a carpometacarpiana; nas articulações entre as vértebras da coluna cervical e/ou da coluna lombar; da articulação do quadril; dos joelhos; e do hálux (joanete). Thiago osteo3 Thiago osteo2


FISIOPATOLOGIA

Apesar de a OA ser uma enfermidade da articulação em sua totalidade (cartilagem, ligamentos, sinóvia e osso), a lesão inicial geralmente é na cartilagem articular. A OA tem um forte componente genético e, que em sua grande maioria, tem a sobrecarga mecânica como um iniciador do processo de lesão da cartilagem, que acaba evoluindo para um ciclo vicioso inflamatório, progredindo à degeneração articular. As alterações bioquímicas, moleculares e morfológicas que ocorrem nessa patologia, levam ao amolecimento, fibrilação, ulceração e perda da cartilagem articular. Posteriormente a esta perda, ocorre esclerose do osso subcondral, surgimento de osteófitos marginais e cistos ósseos subcondrais, além de graus variáveis de inflamação sinovial, acomentendo, desta forma, a grande maioria das estruturas que compõem a articulação. Thiago osteo4 5Thiago osteo5

QUADRO CLÍNICO

Clinicamente, caracteriza-se por dor (A dor é multifatorial e também está relacionada com o grau de OA, porém em estágio inicial pode, aquela, não estar presente)., rigidez, crepitação, alargamento ósseo e limitação funcional progressiva da articulação acometida. A dor, geralmente tem início insidioso, com intensidade de leve a moderada, agravando com o uso das articulações envolvidas, podendo aliviar com o repouso. No inicio da lesão a dor não é constante, e ameniza com uso de analgésicos, porém com a progressão da OA, torna-se persistente e muitas vezes não diminui com o uso de analgésicos e antiinflamatórios. Geralmente esses pacientes apresentam rigidez matinal da articulação envolvida, por volta de 30 minutos após despertarem, podendo também ocorrer após períodos curtos de inatividade no momento que vir a iniciar um movimento da articulação prejudicada pela doença.

Pode-se observar alguns aspectos radiológicos, no raio-x comum, como a diminuição do espaço articular, o aumento da densidade óssea subcondral, alterações proliferativas marginais das articulações (osteófitos) e formação de cisto no osso subcondral. Figura 6 oquereamentefazdiferenca.blogspot.com

TRATAMENTO

O tratamento da OA pode ter como alvo tanto a sobrecarga mecânica que leva à lesão articular quanto o ciclo inflamatório que perpetua essa lesão, e deve ser individualizado seguindo alguns de seus princípios gerais como, aliviar sintomas, manter e/ou melhorar a função, limitar a incapacidade física e evitar a toxicidade dos fármacos.

O tratamento pode ser conservador não farmacológico (evitar atividade física de moderado ou alto impacto, realizar fisioterapia, hidroterapia e controle do peso corporal), conservador farmacológico (fazer uso de medicamentos que amenizam os sintomas e com a menos toxicidade possível) e cirúrgico desde uma artroscopia até uma artroplastia total (colocação de prótese no lugar da articulação lesionada), de acordo com o grau de comprometimento articular e dimensão dos sinais e sintomas. Figura 7 http://www.sbquadril.org.br/info-pacientes.php?ver=3

A terapia medicamentosa deve ser sempre lembrada que tem de ser vista como um complemento, nunca uma substituição, da terapia não medicamentosa e usada de forma individualizada para cada paciente, pois apenas utilização de medicamentos não tem um controle ideal da OA. A terapia pode ser dividida em terapia medicamentosa local e sistêmica. Na terapia local, pode-se utilizar medicamentos intra-articular como, glicocorticóides e uso tópico antiinflamatórios não esteroidais (AINES). Já na terapia sistêmica usa-se, via oral, analgésicos, AINES, e fármacos modificadores da evolução da OA, como sulfato de glicosamina, o qual retarda a progressão da AO. O acido glicurônico é usado para melhora da dor e da função do paciente.

O tratamento cirúrgico é indicado em pacientes que possuem dor de moderada a grave que não respondem ao tratamento conservador.

Apesar de a cura dessa afecção ainda estar fora do alcance da medicina, já se discute a existência de drogas modificadoras da doença, que têm a capacidade de alterar a evolução da degeneração articular, retardando sua progressão, podendo até torná-la assintomática e, desse modo, evitando uma parcela dos procedimentos cirúrgicos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



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LINKS RELACIONADOS

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